segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Sono peruano

Assim que descemos no avião começamos a sentir o clima de montanha. Em mim, o ar rarefeito me deu sono. Como o hotel que ficamos tinha boas camas e o clima geral era de um friozinho gostoso, todos tiramos a primeira tarde em Cusco para dormir. Foi muito relaxante depois de tantas viagens.

Assedio na rua

Logo no primeiro almoço que tivemos em Cusco tivemos contato com uma irritante realidade da cidade. Qualquer um que não tenha cara de peruano é constantemente assediado por homens, mulheres e crianças tentando vender algo. Eles não apenas oferecem, mas também insistem a exaustão. Enquanto estávamos comendo compramos umas quinquilharias e tiramos umas fotos. Mas o assédio não parou. Aliás, piorou. Basta que eles vejam que você está dando atenção para um deles que chegam cada vez mais e mais. As crianças e as mulheres começam a chorar e insistir “compre, compre, compre...”. O pior é que isto simplesmente não para. Não adianta dizer que não quer, eles não param de insistir. Todos os dias em Cusco foram assim. Com o tempo aprendemos que o melhor não é dizer que não quer, mas simplesmente não olhar e continuar seu caminho. Acho que, como brasileiros, não gostamos de ser frios e mau educados, mas aqui não há outra solução.

Chegada a Cusco

O contraste Cusco/ Puerto Maldonado não poderia ser maior. Em Puerto Maldonado era um calor infernal, mas em Cusco todo mundo estava com roupa de frio.

Logo no aeroporto contratamos um hotel em um dos muitos estandes turísticos que haviam lá. O hotel ficava bem perto do centro turístico de Cusco, na Plaza do Regozijo. O centro da cidade fica apenas um quarteirão de lá, na Plaza de Armas. A própria guia que nos trouxe até o hotel já se ofereceu para vender o passeio até Machupichu. A passagem é uma verdadeira facada, mais de U$ 200,00 por pessoa. Os preços subiram terrivelmente após Machupichu ter sido eleita uma das sete novas maravilhas do mundo. Mesmo indo por conta, sem agencia de turismo, o preço não ficava muita coisa menor, por causa das taxas que tem que ser pagas no caminho. O jeito foi aceitar. O passeio ficou para o dia 27. Ainda teríamos três dias para conhecer Cusco.

Passeio de Avião

No outro dia chegamos bem adiantados ao aeroporto de Puerto Maldonado. Fazia um calor infernal. Aliás, de noite dormimos suando. Tomei três banhos frios – que nem estavam tão frios assim. Porém, o aeroporto era bem fresco, mesmo sem ar-condicionado. O edifico é novo e tem um sistema de planejamento térmico. Esses sistemas são muito interessantes; são eficientes, econômicos e não poluentes.

O avião da empresa Lan saiu pontualmente às 11h40e nos levou por um curto, mas belíssimo passeio pelos antes até Cusco. Passamos por montanhas com gelo eterno e uma magnífica passagem pelos Andes.

Discoteca em Puerto Maldonado

A noite comemos em uma pizzaria de Puerto Maldonato. A pizza peruana é saborosa, mas bem mais simples do que a brasileira. Depois de comer vimos uma discoteca ali perto. Resolvemos entrar (não se paga nada para entrar). A musica é bem animada. Toca-se até algumas musicas brasileiras. Ficamos mais do que esperávamos. Só fomos embora porque acabou a luz na boate e na cidade inteira.

Compra de ouro

Quando fomos na casa de cambio de Puerto Maldonato vimos que havia algumas pessoas vendendo ouro. Tirei umas fotos do processo de fundição e pesagem do ouro.

Passeio de taxi-moto peruano

Puerto Maldonado é extremamente quente. Talvez por isto as motos fazem sucesso por lá. Quase que não se vê carros particulares, apenas carros funcionais (empresa telefônica, prefeitura, polícia, etc). A forma de nos transportarmos lá foi o “moto-car”. Uma mistura de carro e moto peruano. Na verdade á uma moto com um banco para três pessoas atrás. É muito engraçado de se ver. Mas é barato (dois soles, cerca de R$ 1,30) e a abertura para o vento alivia o calor da cidade.

Chegada a Puerto Maldonado

Como disse no post passado, nosso problema na fronteira nos fez atrasar a viagem em um dia. Saímos de manha de Assis Brasil e percorremos 250 km no Peru até Puerto Maldonado. A estrada é melhor do que as do Acre (que como disse era maravilhosas), mas apenas nos primeiros 120 km. Depois é estrada de terra. Esta rodovia esta recebendo muitos investimentos, por causa do projeto de transformá-la na rodovia transoceânica. Cruzamos com várias obras de pavimentação no caminho.

Puerto Maldonado se chama assim porque fica na beira de um Rio, o rio Madre de Dios. Cruzamos este rio com uma mini-balsa, pois não há pontes. Há algumas pilatras, acho que quando a transoceânica passar por lá a ponte será construída.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Lembrete do Blog

Gostaria de avisar que estou postando primeiro em texto, depois coloco as fotos. Finalmente achei uma boa Lan House aqui em Cusco. Então estou escrevendo no computador meia boca do hotel e postando as fotos na Lan. Paciência que as fotos chegarão.

A briga de taxistas

Um dos fatos mais engraçados da viagem aconteceu na cidade da fronteira Brasil-Peru (não estou me lembrando o nome dela). Fomos até a praça central para contratarmos um táxi para nos levar até Puerto Maldonato, pois iríamos deixar a camionete na fronteira com o Brasil. Quando estávamos quase acertando com um motorista, chegou outro peruano e começou a contestar “ele não sabe fazer a rota, ele é novo no negócio”. O taxista retrucava “eu guio bem, ele é maldoso”. Nisto chegou um terceiro taxista falando em português: “o que esta havendo aqui?”. Explicamos a situação e ele falou “então faz o seguinte, vem comigo!”. Ai todos os motoristas começaram a gritar e fazer roda em volta de nós em plena cidade escura pelo apagão. Meu pai gritava “não briguem, não briguem”. Eu disse a ele que “brigar” em espanhol é “pelear”. Então ele começou a falar “não peleem, não peleem”. Combinamos com o primeiro motorista e fugimos rápido da situação. Mas no outro dia o dispensamos. Seu carro era todo amassado, com vidros quebrados e pneus totalmente carecas. Contratamos um outro motorista que tinha um carro melhor.

Chegada ao Peru

Finalmente chegamos na fronteira Brasil-Peru. Paramos no departamento de imigração da policia federal para carimbarmos os passaportes. Tínhamos que também que carimba-los no Peru no mesmo dia, pois os peruanos exigiam que ambos os carimbos fossem da mesma data. Passamos a ponte Brasil-Peru e fomos até o departamento de imigração peruano. O contraste não poderia ser maior. A sala da PF brasileira era bem pintada, com ar condicionado e computadores novos. O agente que nos atendeu era um jovem que foi muito simpático e prestativo. No Peru era uma sala em que havia crianças correndo e era claramente mal construída e mal conservada. Aliás, “claramente” não é um bom termo, pois o departamento e toda a cidade estavam sem luz. Isto mesmo! Após preenchermos todos os formulários o burocrata peruano disse que não podia carimbar nosso passaporte por causa da falta de luz. Tivemos que ficar do lado de fora, torcendo para que a luz voltasse antes das oito, quando o departamento fecha. A luz voltou 20h15, e o burocrata não quis nos atender. Isto fez com que nossa viagem fosse atrasada em um dia. Pois teríamos que esperar até às oito da manha para podermos pegar a PF aberta e atravessar a fronteira. Assim não conseguiríamos pegar a tempo o vôo em Puerto Maldonato, que nos levaria a Cusco, que sai ao meio-dia. Teríamos que ficar um dia a mais em Puerto Maldonto. Detalhe: no outro dia voltamos e tivemos nossos passaportes carimbados sem o uso de computadores ou qualquer equipamento eletrônico.

O Acre é grande

O Acre é um estado muito grande. De Rio Branco até o ponto mais ocidental do Brasil são 850 km. De Rio Branco até a fronteira com o Peru são incríveis 380 km, quase a distancia de São Paulo a Franca. Não sei por que sempre achei que o Acre era pequeno. Deve ser porque está do lado do Amazonas, que é realmente um monstro.

A estrada até o Peru é inacreditavelmente conservada. Provavelmente porque faz parte do projeto da rodovia transoceânica, que vai ligar o Acre ao oceano pacífico. É realmente maravilhoso andar em uma estrada assim, depois de enfrentar as estradas esburacadas de Mato Grosso. O caminho é cercado por fazendas de boi (a não ser próximo de Rio Branco, onde há um pouco de cana). As placas na estrada indicam os lotes por números, “lote 17 a esquerda”, “lote 18 a direita”. São as terras distribuídas pelo governo aos pioneiros que colonizaram o Acre.

A estrada é cercada de pastos. A floresta apenas aparece ao longe. Apenas as castanheiras, cujo corte é proibido, é que sobraram da mata nativa. Estas árvores são realmente majestosas. Elas têm 20, 30, 40 metros de altura. Seu tronco é roliço e extremamente reto. Em cima tem uma copa redonda de folhas verdes.

Rio Branco - AC

A cidade de Rio Branco é realmente incrível. Mistura casas de época com avenidas tipo Brasília. Logo que chegamos à cidade vimos uma ponte toda iluminada, cercada por casas de época igualmente iluminadas dos dois lados. Há muitos rios cortando a cidade. Também há lagoas onde sempre tem alguém nadando. Existem também muitos parques, todos muito novos e bem conservados. A universidade federal do Acre é um show a parte. Ela fica em uma área de costas para uma reserva florestal e de frente para uma parte nova da cidade.

A cidade tem apenas 300 mil habitantes, menos do que Franca, mas concentra metade da população do estado. O Acre é o estado menos populoso do Brasil. Infelizmente não deu para conhecer mais do que isto da cidade. Logo depois do almoço fomos embora.

Chegada ao Acre do Imperador Galvez

Finalmente chegamos a Rio Branco, a capital do Acre. Tentei tirar fotos da placa “bem vindo ao Acre”, para finalmente acabar com as dúvidas dos que ainda não acreditam na existência daquele estado. Mas a aquelas alturas da noite estávamos tão exaustos que nem quisemos fazer o esforço de parar o carro para achar um bom ângulo. Entramos direto na cidade e procuramos nosso hotel, o Imperador Galvez. Para aqueles que não assistiram a mini-serie da globo, Galvez foi um dos líderes da revolução acreana - a luta pela conquista do Acre, que era território boliviano. Ele chegou a declarar o estado um país independente e se proclamar imperador. Obviamente uma jogada para pressionar o Brasil e intervir.

Bem, o hotel é muito bom. Tem boas instalações, móveis de madeira de lei e uma piscina, ótima para amenizar o calor da cidade. Também tem boas tevês. Aproveitei para assistir Lost. O Acre é sempre três horas mais tarde do que em Brasília, então a serie passa por volta das 22 horas. O único problema do hotel é que foi uma verdadeira epopéia para conseguir uma conexão de internet. Razão por que não postei nada lá.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Segundo enduro na estrada


Dia 21 fizemos um enduro maior ainda. Saímos de Vilhena às 9 horas da manha. Percorremos 600 km até Porto Velho-RO, depois andamos ao lado do rio madeira até cruzá-lo próximo da divisa do Acre. Depois andamos mais 120 km dentro do Acre até a capital Rio Branco. Chegamos às 11 da noite. Somando tudo andamos 1200 km. Quase todo o trajeto foi papai que dirigiu. Quando chegamos em Rio Branco ele estava tão cansado que quase batemos em um ônibus.

O percurso que fizemos depois de Porto Velho é o mesmo da ferrovia MadMaria, que foi seriado da Globo. Ainda há pontes de ferro sobre alguns rios. As pontes de ferrovias são tão duras que não são destruídas quando a via é substituída por uma rodovia.



Descanço em vilhena

Dia 19 resolvemos descansar na casa de meu pai em Vilhena-RO. Isto foi bom, deu para adiantar algumas coisas no blog (embora uma queda de energia tenha limitado o esforço). O dia anterior tinha dos deixado exausto. E o seguinte seria ainda pior.

Sonhos de meu pai

No meio do percurso, meu pai resolveu contar uma história. Disse que quando era adolescente trabalhava em uma fábrica de calçados. Ele era uma espécie de office boy. Todos os dias ia ao centro fazer pagamentos bancários. Certo dia seu patrão ia de carro para o mesmo lugar e lhe ofereceu uma carona. Ele tinha um carro Opala, daqueles bem grandes, anos 70. No som do carro havia fitas de músicas instrumentais. Meu pai disse que comentou com o patrão: “deve ser muito bom viajar em um carro grande destes, ouvindo musicas instrumentais”. Trinta anos depois estávamos nós viajando pelo interior do Brasil em uma camionete Hilux ouvindo músicas instrumentais do Eduardo Lage. “O subconsciente acaba direcionando nossa vida para nossos desejos, por isto que é bom ter sonhos grandes”, refletiu o velho.

Enduro na Estrada

Passamos rapidamente por Cuiabá e fizemos um verdadeiro enduro, um Rally na estrada. Fomos diretos até Vilhena-RO. São 700 km de Cuiabá até Vilhena. Juntando com o trajeto de Jaciara até Cuiabá, passando pela chapada, foram 1000 km percorrido no dia. Chegamos exaustos. Tivemos também que dirigir a noite, o que não estava nos nossos planos.



Chapada dos Guimarães, acidente com pequi

Depois do passeio na cachoeira da fumaça, seguimos direto para a Chapada dos Guimarães. Passamos no ponto Geodésico da América do Sul. É onde os oceanos atlântico e pacifico ficam eqüidistantes. Literalmente, é o meio do continente. Ele fica no alto de uma montanha cercada de planícies. Um lugar realmente bonito de se ver.

Pegamos uma indicação com um casal e fomos almoçar em um restaurante na cidade da chapada. O lugar era realmente muito bom, tinha comida barata e saborosa. O ruim é que tive um acidente com uma fruta. Vocês podem rir, mas é porque não foi com vocês. Entre os pratos do sequesiseservise havia arroz com pequi. Resolvi por um pouco no meu prato. Quando a dona do restaurante viu e me avisou: “você sabe comer esta fruta? Não pode morder, é só raspar com os dentes”. Mas quando fui comer eu dei uma mordidinha de leve, apenas para raspar a fruta. Foi o suficiente para que dezenas de pequenos espinhos grudassem em toda minha boca. É uma sensação difícil de explicar. Os espinhos fincaram na minha gengiva, língua e céu da boca. Tive que parar de comer na hora. Fui para frente do espelho e tentei tirar alguns deles. Mas eles eram muito pequenos, não saiam de forma alguma. A dona do restaurante veio até mim e me emprestou um fio dental e uma pinça. Consegui tirar alguns deles, mas outros não. O jeito foi ficar com a boca aberta e pedir para o Doutor Ricardo treinar suas habilidades de dentista. Pode parecer engraçado, mas segundo os donos no restaurante, muito vão parar no hospital por causa desta fruta. Bem, pelo menos pequi é bom para a memória, porque nunca mais vou esquecer de jamais coloca-lo na boca de novo.






Rafting mais barato do Brasil

A cachoeira da fumaça é realmente linda. As gotas de sua queda formam um arco-íris com a luz do sol. Também se pode nadar no rio que se forma em baixo dela ou em cachoeiras menores. Também pode-se fazer rafting no rio. Eu, o Hugo e o Ricardo fizemos. Foi realmente muito divertido. Descemos quedas de dois e três metros. A emoção esta tanta que viramos o bote tentando fazer um movimento. Ninguém se feriu.
No meio do trajeto paramos em um lugar chamado de “piscina do amor”. Está mais para uma banheira, de uns 12 metros quadrados. Realmente o lugar é muito bom para namorar. Fica no meio das árvores e tem uma água limpa e bem mais quente do que o rio. Deve ser fantástico levar alguém para namorar ali. Um passeio típico do povo do interior.

Também foi interessante a conversa que tivemos com nosso guia ali. Ele disse que tem rafting naquele rio desde 1998, quando um homem do sul veio até Jaciara e ensinou as técnicas de navegação, segurança, etc. O primeiro a aprender a técnica foi o irmão dele, depois foi ele aprendeu e hoje há outras empresas que também vendem a viagem. O problema, segundo o guia, é que as empresas lá são muito “desunidas”. Entendi que elas não fazem um cartel. Deve ser por isto que, segundo o guia, lá é o rafting mais barato do Brasil. Custa apenas R$ 30,00 por pessoa. Não tenho motivos para duvidar dele. Este realmente é um esporte burguês. Quase comecei a falar para ele as questões clássicas das ciências sociais; o dilema do prisioneiro e o dilema da ação coletiva. Mas não quis ser chato, nem contribuir com o aumento do rafting mais barato do Brasil.






Boa e má notícia

Antes de mais nada gostaria de falar que, apesar dos post atrasados, já estou no Peru. A boa noticia è que estou conhecendo um país novo. A má è que aqui a internet è muuuuuito lenta. Para piorar eu deixei uns post que já tinha redigido lá no notebook, que ficou no carro, que está junto à fronteira. O jeito è puxar pela memória e lembrar de novo para redigir.


Me perdoem os erros de português, mas o teclado espanhol è diferente. Só para ter uma idéia, o @ è Alt+6+4. Também não tem corretor ortográfico. Também terei que esperar encontrar uma lan house mais rápida para poder postar novas fotos ou vídeos. Com download de 1,4 Kb/s e upload de sabe-se-lá quanto, não da para postar nada muito sofisticado. Pelo menos a hora não è muito cara.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A Cachoeira da Fumaça

Não era a cachoeira que pensava. Esta tem apenas 30 metros. Era linda, mas era longe de ser a maior do Brasil. A verdadeira cachoeira mais alta do Brasil não fica em Jaciara-MT, mas no Amazonas. Tem 353 metros e se chama “Cachoeira do El Dourado”. Eu confundi esta cachoeira com outra, que também se chama Cachoeira da Fumaça. Ela fica na Chapada Diamantina, na Bahia, entre os municípios de Lençóis e Palmeiras, e é considerada a segunda cachoeira mais alta do Brasil, com 340 metros.



Chegada em Jaciara-MT, feedback

Chegamos a noite na cidade de Jaciara-MT. Arrumamos um hotel e saímos para jantar. Comemos caldo, que por sinal estava ótimo. O Hugo me deu o primeiro feedback sobre meus posts no blog. Ele disse para parar de escrever “papai” e “mamãe”. Ele disse que parece infantil. O que você acham? Vou pensar no assunto, mas por enquanto vou continuar os chamando assim. É assim que eu os chamo até hoje. Lembro que quando eu era criança via meus colegas um pouco mais velhos falando apenas “pai” e “mãe”. Eu sempre perguntava “quando vou começar a chamá-los assim?”. Parece que esta “fase” nunca passou.

A Aposta

Como ir para o Pantanal iria nos atrasar muito, resolvemos direcionar nosso passeio para a Chapada dos Guimarães e para a Cachoeira da Fumaça em Mato Grosso. Na ida fomos apostando qual era o tamanho da cachoeira. Tinha visto na TV que esta era a cachoeira mais alta do Brasil. Falei que devia ter uns 800 metros. Na hora todos gritaram. Truco ladrão! Você está doido! Resolvi propor um desafio: quem chegava mais perto da verdadeira altura da cachoeira. Hugo apostou 200 metros, Ricardo 300 e papai 350.

Acidente na Estrada

Assim que passamos Rodonópolis- MT chegamos a um congestionamento na estrada. A BR de Rodonópolis a Cuiabá é conhecida por ser extremamente carregada de caminhões. O motivo do congestionamento era um acidente entre dois deles. Pelo menos um dos caminhões parecia ter tido uma batida feia.






O Povo se entregando

Em breve aqui um video espetacular

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

No Caminho dos Bois

Além dos mares de soja (com ilhas de eucalipto e cana), as estradas do centro oeste também são cercadas de bois.




No Caminho do Trem

Esta é a linha de trem mais maluca do mundo. Cruzamos com elas dezenas de vezes. Ela simplesmente ziguezagueia a rodovia.

Estrada para Aquidauana

A noite cometemos um erro de planejamento. A indicação do atendente do hotel em Campo Grande falou para pegarmos a estrada de Bonito até Aquidauana. Mas chegamos lá e descobrimos que a estrada era de terra. Havia chovido muito nos dias anteriores e a estrada não estava em boas condições. Então resolvemos voltar até Nioaque e pegar outra estrada, que está asfaltada. Este novo trajeto teria 200 km, contra 140 do outro trajeto. Mas as condições da pista tirariam a desvantagem. Contudo, quando chegamos a Aquidauana, vimos que havíamos passado a pousada que planejávamos ficar – Pousada Passo da Lontra. Ela estava no meio da estrada de terra. O jeito foi pegar uma outra pousada em Aquidauana e passar a noite.
Esta confusão acabou gerando dois problemas. Primeiro pagamos mais caro pela hospedagem. Em segundo lugar perdemos uma oportunidade de já dormirmos praticamente dentro do Pantanal sulmatogrossense. No outro dia descobrimos que teríamos que nos desviar do caminho para ir conhecer o Pantanal. Teríamos que pegar a estrada para Corumbá. Resultado: acho que terei que adiar meu sonho de conhecer o pantanal. Na primeira parte da manhã decidimos que iríamos ir direto para Mato Grosso.

Baile do Hawai

Quando saiamos da lanchonete vi um out door sobre uma festa do Hawai na cidade. Chamei meus irmãos para irem, mas quem aceitou o convite foi meu pai. Estes meus irmãos são muito parados para a idade. Nem consideraram a possibilidade. Mamãe gosta de falar que eles são “taiados”.

Acabamos indo eu e meu pai. Confesso que nunca sai para a balada apenas eu e ele. Foi até meio esquisito. Acabou que não foi um passeio dos melhores. Como decidimos na ultima hora, não tínhamos dinheiro para muita coisa. Ainda bem que a entrada era barata R$ 15,00. O ruim é que só tinha cerveja para beber. Sou meio difícil para baladas, não bebo cerveja. Na faculdade tinha muitas festas que só tinha isto para beber. Nestas situações eu sempre bebia refrigerante. Também não gosto de beber quando não estou me divertindo. Também bebia refrigerante nestes casos. Para piorar, a festa era meio rave, meio carnaval. Carnaval eu até acho legal pular, mas rave não sou muito fã. É claro que consigo me divertir em ambas as situações, desde que o ambiente esteja animado. Eu sou uma pessoa facilmente animável, mas raramente “puxo” a animação. Meu pai parece que se parece um pouco comigo neste aspecto. Nós dois juntos não demos muito certo. Certa hora começou a chover. Foi a senha para irmos embora.

Como último comentaria gostaria de ressaltar que as mulheres do Mato Grosso do Sul são lindas.

Lanche Bruto

Perto da Praça de Aquidauana comemos o maior lanche de nossas vidas. Logo no cardápio estava escrito “o lanche mais bruto da cidade”. Mas só acreditamos quando vimos o “monstro”. Com toda a fome que estava depois de termos nadado a tarde inteira em Bonito, não consegui comer o lanche inteiro.


Praça de Aquidauana

Pelo jeito vou virar um observador das praças de cidades do interior. A praça de Aquidauana é muito bonita. É muito grande também, majestosa. Fomos tirar umas fotos da praça e acabamos assistindo um casamento que estava ocorrendo na Igreja.







MST, assentamentos bicicleta.

A estrada para Aquidauana tinha muitos assentamentos. Lembro que vi muitos acampamentos do MST na beira da estrada, mas não consegui tirar fotos de nenhum. Tinha um que tinha até uma placa dizendo “Movimento Sem Terra a 1000 metros”. A placa era igualzinha às demais placas de trânsito. Fiquei tão confuso que nem preparei a câmera. Do lado do acampamento tinha outra placa “Acampamento Dorot Stang”.

Perto um assentamento vimos alguém andando de bicicleta. Todos nós nos surpreendemos. Como alguém consegue pedalar na rodovia em plena noite? Até desligamos o carro e ficamos observando a estrada escura. É difícil, mas parece ser possível pedalar ao lado das pinturas brancas no asfalto. O céu de Mato Grosso do Sul é lindo de noite.

Balneário Municipal

Infelizmente nossa passagem por Bonito não foi muito intensa. Todos os passeios são pagos, caros e começam cedo. As agências de viagens não tinham nada para vender a tarde. Acabamos indo para o “Balneário Municipal”. É uma espécie de clube cuja piscina é o trecho de um rio. Lá também é pago (é de graça para os habitantes do local), mas o preço não é alto. Lá há 250 metro de água para nadar. É possível mergulhar, observar os peixes e fazer o que eles chamam de “flutuação”, que é colocar um colete salva vidas e simplesmente deixar a correnteza do rio te levar. É tudo muito divertido. Aproveitei o passeio para nadar e praticar minhas habilidades de pulo, como vocês podem ver...

Carne de Jacaré

A noite decidimos dar uma passada em Bonito. Pegamos uma indicação com o atendente do hotel em Campo Grande. Bonito fica uns 250 km da capital de MS. A estrada é muito boa e chegamos em pouco mais de duas horas. Passamos pelas cidades de Sidrolândia, Nioaque e Guia Lopes da Laguna. Dá para ver que os municípios do MS são enormes. Se corre 100 km de uma povoação a outra, mesmo que população de cada uma seja mínima.

Chegamos por volta de 13h30 em Bonito. Estávamos varados de fome. Então entramos em um restaurante logo no início da cidade. A especialidade do lugar era carnes exóticas, principalmente carne de jacaré. Pedimos jacaré ao ucuru e pintado recheado. Por incrível que pareça, o gosto da carne do jacaré é intermediária entre a carne do peixe e a do frango. É muito saborosa e suave.







O cabo da máquina fotográfica

Antes de sair falei para comprarmos o cabo para tirar as fotos da máquina. Percebi que eles não gostaram deste meu pedido, principalmente o Hugo. Estávamos quase na saída da cidade e todos estavam ansiosos para chegar em Bonito. Tivemos que voltar para o centro da cidade, pois não há muitas lojas de informática em Campo Grande. Para piorar vimos como é difícil explicar e entender indicações de caminhos quando se está em um lugar que não se conhece. Demos muitas voltas até achar as indicações. Tudo inútil: não havia os cabos corretos em nenhuma loja. O único lugar que tinha o cabo era o camelódromo da cidade, que também tinha sua Santa Ifigênia sulmatograssense. A má notícia é que o cabo era muito caro, R$ 40,00. A sorte é fui pesquisar em mais camelos. Em um deles, a vendedora me mostrou um adaptador que transforma o chip da máquina em entrada USB. Preço, R$ 15,00. Comprei este.
No final fui bombardeado pelos meus irmãos que falaram que eu estava atrasando a viagem. Toda hora o Hugo dizia “compra em Bonito, este cabo tem em Bonito...”. Eu insisti, pois não tinha certeza que iríamos encontrar este cabo lá. Dois dias depois dei o braço a torcer. O notebook tinha entrada para o chip, não era necessário nenhum cabo...
:-(

No Caminho da Soja

As plantações de soja de MS são verdadeiros mares verdes...






Problemas no Carro

Na estrada vimos que um luz no painel do motorista ligou. Decidimos ir na concessionária ver o que era. Chegando lá descobrimos que tínhamos que trocar o filtro de combustível. O procedimento era rápido, mas custo uma pequena fortuna R$ 105,00.

Noite em Campo Grande

A noite saímos para jantarmos em Campo Grande. Estava uma noite extremamente agradável. Papai disse que o clima da região era sempre muito quente. Mas aquele dia a umidade refrescou o ar. Havia muitas pessoas na rua acompanhando os shows da prefeitura em praça pública, inclusive a apresentação do cover do Elvis. Vi as típicas figuras de metaleiros bebendo vinho e conversando perto de uma praça. De fato a cidade ainda tem o charme de uma cidade pequena, mas com o tamanho e a força de uma cidade grande.

Acabamos indo comer em uma espécie de lanchonete/bar/pizzaria. Foi uma terrível escolha. Ah se arrependimento matasse... Havia um cantor sertanejo que cantava mal e excessivamente alto. O garçom voltou uma três vezes após fazermos o pedido. Uma hora não ele falou que não tinha a pizza de frango com catupiry, depois não havia cerveja bohemia, depois voltou e falou que não havia nenhuma cerveja em lata. O jeito foi comer rápido e ir dormir.


Alguns orelhões no MS são animais típicos do Pantanal:






O hotel que ficamos:

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Mato Grosso, primeiras impressões

Com todos os atrasos chegamos por volta das 21h30 em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Ela se parece muito com as cidades do interior de São Paulo, se que um pouco maior e mais rica. O interior do MS não se parecer com o interior de SP. São Paulo parece um jardim, de tantas plantações e construções que têm pelo caminho. Já MS tem muito poucas plantações. Têm algum gado e uma boa plantação de eucalipto na fronteira. A chegada a Campo Grande é muito diferente da chegada a capital de São Paulo. Aqui se sai da mata deserta direito para o meio da cidade.

Percorremos um pouco a área boêmia da cidade e o centro. Havia muitas pessoas na rua, havia um show de um cover do Elvis em praça pública. A cidade pareceu ser bem alegre. Ela tem elementos de cidade pequena, um monte de gente conversando de bobeira na rua, e elementos de cidade grande, como o tamanho e a riqueza.

Três horas perdidas em dois minutos

Passamos a fronteira e chegamos no estado de Mato Grosso do Sul. Em Três Lagoas (primeira cidade de MS) paramos em um posto para comprar pilhas. Ai aconteceu o fato mais irritante do dia, e total culpa minha. Eu esqueci a máquina fotográfica no caixa do posto. O pior é que só percebi quando paramos em um boteco de beira de estrada 130 QUILOMETROS à frente. E mesmo assim só percebi porque havia umas araras que queria fotografar lá. Procurei e procurei a máquina no carro e não encontrei. Ai bateu, deixei no posto. O pior é que contanto inda e volta perderíamos quase 3 horas de viagem. Mas não teve jeito. O Hugo quis deixar quieto, "vai custar mais caro pegar a máquina do que comprar outra". Isto não era verdade, mas acho que ele estava contando o desprazer de perder três horas de viagem. Papai ainda ponderou "e se chegarmos lá e não encontrarmos a máquina?". Resolvi insistir na volta. Já tinha tirado muitas fotos e queria tirar mais ainda para alimentar este blog. Pedimos a lista emprestada para a mulher do bar e ligamos para alguns postos da cidade. Com a insistência e um pouco de sorte conseguimos achar o posto que tinha perdido a máquina. A funcionária foi muito gentil e guardou a máquina para a gente. É bom saber que há pessoas gentis e honestas bem no meio do Brasil.



O local da trajédia:


Rafaela, a atendente que nos salvou:

A Usina

Após almoçarmos voltamos para a estrada. Um pouco à frente vimos o encontro entre o rio Tietê (que é limpo em Pereira Barreto) e o rio Paraná. Muitas pessoas pescavam na ponte. Passamos em cima da barragem da usina de Jupiá. Os funcionários estavam limpando os musgos que estavam em baixo da barragem.




A Praça de Pereira Barreto

Por volta do meio dia chegamos a Pereira Barreto, cidade em que iríamos almoçar. Fiquei surpreendido pela praça central da cidade. Ela era muito arrojada. Misturava elementos tradicionais de qualquer praça do interior, como o coreto, com traços japoneses, modernistas e até mesmo pós-modernistas. Em alguns monumentos estavam a referência à colônia japonesa ou a artistas japoneses. Deve ter sido eles que fizeram o design da praça.









O Ônibus do terror

O dia estava ótimo para viajar. Estava nublado, com pequenas chuvas na estrada. Domingo viajei de carro e foi horrível ficar bronzeando as pernas.

A certa altura na estrada ví o ônibus mais assustador da minha vida. Estava em altíssima velocidade, soltando muita fumaça pelo escapamento. Tentamos ultrapassar o ônibus várias vezes, para escapar das rachadas de fumaça preta que soltava. Mas esta simplesmente impossível. A estrada era pista única e o próprio ônibus estava ultrapassando tudo que via. Papai disse que o ônibus estava com "os bicos soltos", uma técnica para fazer o motor a diesel correr mais (a um custo de maior poluição). "Deve ser ônibus de banda de rock" disse. Os vidros pretos do veículo estavam fechadas, impossibilitando identificar os passageiros. Sei apenas que de vez em quando jogavam lixo na estrada.






Primeiro Dia

Nosso primeiro dia começou bem cedo, 6h30 da manhã.

Acabei ficando com sono o dia inteiro, pois dormi duas da madrugada assintindo "Lost". Mas mesmo assim acordei sem demora, peguei meus irmãos na casa de mamãe (um beijo para você), e partimos rumo ao Brasil central.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Estamos a algumas horas do início de nossa viagem. Iremos percorrer o interior do Brasil de carro, passando pelo Pantanal, Rodônia e Acre. Depois iremos pelo Perú até Machu Pichu! Nosso planejamento é fazer todo o trajeto em 17 dias. Iremos eu, meus irmãos Hugo e Ricardo e nosso pai, Marcio.

Aqui em baixo estãos os viajantes, ansiosos pela viagem.



terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Inauguração

Agora, dia 13 de janeiro de 2009, às 21:53, estamos criando nosso RoadBlog.

Espero que gostem..

Abraços!!